O último 04 de abril foi feriado e, por algum motivo as camadas populares mais jovens não sabem bem o motivo. Neste dia mesmo dia, em 1996, morrera o líder sindical que mudou a história do então povoado de Centro do Guilherme (ou Porto Alegre para alguns).
Centro do Guilherme virou município em 10 de novembro de 1994 (lei 6126), sendo desmembrado de Godofredo Viana. E logo na campanha da primeira eleição para prefeito, em 1996, o principal candidato, José Torres Evangelista, o Zequinha, foi assassinado brutalmente, vítima de uma emboscada na
principal praça da cidade.
Ligado aos primeiros colonizadores de Centro do Guilherme (adversários dos medeireiros) e ex-vereador por Godofredo Viana, Zequinha foi morto a tiros na noite do dia 4 de abril de 1996, há seis meses da eleição municipal. Quando já estava estendido no chão, Zequinha ainda teve a garganta cortada com um facão.
O principal acusado do crime, um negociante de madeira de nome Felício, nunca foi preso. De acordo com moradores de Centro do Guilherme, Felício trabalhava para o madeireiro Hemetério Weba (atual prefeito de Nova Olinda do Maranhão), um dos maiores desmatadores da região do Alto Turi.
Um filho de Felício teria ocupado um pedaço de terra pertencente a Zequinha para cortar madeira na área. Denunciado por Zequinha, o filho do madeireiro foi preso e morreu na cadeia, de malária. Felício, desde então, culpava Zequinha pela morte do filho e, ao prever que o inimigo poderia se tornar prefeito, resolveu matá-lo.
Apesar de não faltarem testemunhas oculares do crime, que viram Felício fugindo do local da emboscada, na companhia de outro homem, o assassinato de José Torres Evangelista permanece impune até hoje. A polícia apenas prendeu, por algum tempo, um outro filho de Felício, que, depois de solto, desapareceu da região.
Sob a comoção causada pela morte de Zequinha, a população de Centro do Guilherme elegeu, em 1996, seu filho, Kleidson Evangelista como primeiro prefeito da cidade. Na época, Kleidson foi destaque em reportagens nacionais como o prefeito mais jovem do país. Tinha apenas 21 anos.
A lei que determinou o feriado desta semana foi aprovada pela câmara de vereadores e sancionada pelo então prefeito, filho de Zequinha, Kleidson Pereira em 1997.
Mais informações, clique nessa matéria da Agencia Aurora sobre a Rua Cine Brasil, onde o mesmo morreu.
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